A Generosidade e o Chamado à Igualdade em Cristo

A Generosidade e o Chamado à Igualdade em Cristo

Na Segunda Epístola de Paulo aos Coríntios, especificamente no capítulo 8, versículos 7 a 15, somos convidados a refletir sobre a importância da caridade e da igualdade no corpo de Cristo. O apóstolo Paulo, em sua segunda carta à igreja de Corinto, fala com profunda sinceridade e clareza sobre a responsabilidade de apoiar os irmãos em suas necessidades, sempre com amor e generosidade.

Paulo começa lembrando os coríntios de que eles já abundam em muitos aspectos: na fé, na palavra, na ciência e no amor. No entanto, ele os encoraja a também abundarem na graça da caridade, especialmente no apoio aos necessitados. Ele não faz esse pedido como uma imposição, mas sim como uma prova de amor sincero e de que a fé que eles professam é genuína e prática.

No versículo 9, Paulo usa o exemplo supremo de generosidade: "Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecêsseis". Cristo, que possuía todas as riquezas do céu, escolheu se fazer pobre, vivendo entre nós como homem, para que pudéssemos ser enriquecidos espiritualmente por meio de Sua vida e sacrifício. Este é o exemplo de amor sacrificial que Paulo quer que os coríntios sigam.

Ele reconhece que os coríntios já haviam começado a praticar essa generosidade no ano anterior, e agora os incentiva a completar o que começaram, para que suas boas intenções se transformem em ações concretas. No entanto, Paulo é cuidadoso ao destacar que cada um deve dar conforme suas possibilidades, não segundo o que não tem, mas conforme o que tem. Ele não quer que os coríntios se sintam pressionados ou sobrecarregados, mas sim que façam tudo com alegria e prontidão de coração.

A proposta de Paulo é de uma sociedade de igualdade, onde aqueles que possuem abundância possam ajudar a suprir a falta dos outros. Assim, todos se ajudariam mutuamente, e ninguém passaria necessidade. Ele cita um princípio espiritual importante no versículo 15, lembrando uma passagem do Antigo Testamento: "O que muito colheu não teve demais; e o que pouco colheu não teve de menos". A ideia aqui é que, sob o cuidado e provisão de Deus, todos são supridos conforme a necessidade, sem que haja falta ou excesso.

Esse espírito de partilha e cuidado mútuo já estava presente no início da pregação do Evangelho. Muitos vendiam suas propriedades e bens para compartilhar com os irmãos que estavam em necessidade, garantindo que ninguém passasse fome ou carecesse de algo. Esse profundo amor fraternal refletia a convicção de que a volta de Cristo estava próxima e, portanto, o foco de suas vidas estava completamente voltado para o Reino de Deus.

Contudo, eles não compreendiam plenamente que a missão do Evangelho estava apenas começando, e que ela deveria alcançar ainda muitas nações e pessoas ao longo dos séculos. Hoje, essa missão continua. Há milhões de pessoas ao redor do mundo que ainda não ouviram a mensagem de salvação, e muitos estão presos nas garras do inimigo, escravizados por vícios, riquezas mundanas e as pressões da vida cotidiana.

É por isso que nós, do Libertos pelo Amor de Cristo, estamos empenhados em levar o Evangelho a 1 milhão de almas, cumprindo a ordem de Jesus quando Ele disse: "E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim" (Mateus 24:14). Nossa missão é compartilhar a boa nova da salvação com todos que ainda não a conhecem, e oferecer esperança e libertação aos que estão aprisionados pelas trevas deste mundo.

Portanto, que possamos, assim como os coríntios foram exortados, continuar a abundar na graça da caridade, ajudando aqueles que estão em necessidade e fortalecendo uns aos outros em amor. Que cada um de nós, com o que tem, seja uma bênção para o próximo, contribuindo para a igualdade no corpo de Cristo e, acima de tudo, refletindo o coração generoso de nosso Senhor Jesus Cristo.

Pastor Itamar Crestani.

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